Era uma vez uma lagoa muito bela, com água tão clara e transparente que parecia um espelho. Ali viviam muitos animaizinhos, rãs e os seus girinos, nadavam patos, viviam garças e peixes. Eram todos muito bons vizinhos e todas as manhãs se cumprimentavam e saíam em busca de alimento. Assim viveram dia após dia, mês após mês, ano após ano. Contudo, algo de invulgar se estava a passar e ninguém sabia bem o que era. Alguns vizinhos começaram a mudar-se da lagoa e outros desapareceram. Mas ali estavam, num cantinho a rã Matilde e o peixinho Jorge. - Quem é que está a tossir? Perguntou o peixinho Jorge. - Sou eu, cof, cof, a rã Matilde. Como estás tu? - Eu? Não estou lá muito bem. respondeu o peixe Jorge. - E contigo… o que se passa? - O que se passa é que aqui já não se pode viver. Este lugar está cada dia mais escuro e sujo. Já não posso respirar… - Ah, nem me digas! - Isto já parece uma lixeira dizia o peixinho Jorge que, ao nadar, ia desviando latas de bebidas, cascas de fruta, sacos de plástico, papéis e todo o tipo de porcarias. A rã Matilde ficou calada por algum tempo enquanto tratava de limpar a pele, o que era bastante difícil, pois tinha manchas negras por todo o corpo. - Mas tu podes sair para a superfície e tomar um pouco de ar puro e limpo, enquanto que eu... - disse o peixinho Jorge. A rãzinha ligou ao que ele disse e saiu da água. Foi então que viu, para seu espanto, um fumo negro que vinha de uma grande chaminé, de uma fábrica enorme ali perto, mas ainda se surpreendeu mais quando reparou num tubo grosso que desembocava na água. Tudo era triste, não havia folhas, nem plantas à volta da lagoa. Já o ar e a água não eram os mesmos. Então a rã Matilde deu-se conta de que eram uns homens que envenenavam o seu ar e a sua água. Voltou a mergulhar, contou ao peixinho Jorge e, juntos, tomaram uma pequena mas importante decisão: reuniram todos os habitantes da lagoa: peixes, peixinhos e peixões, sapos, rãs, patos e garças. Fizeram cartazes, juntaram o lixo e até escreveram uma carta aos donos das fábricas. Nos cartazes e na última linha da carta podia ler-se a mensagem: “Ainda é possível salvar a Terra!”
No âmbito da história, os Ratinhos pintaram a Lagoa ainda Feliz, com os seus habitantes:)
Com papel crepe azul pintaram a lagoa e com os dedinhos pintaram os peixinhos e rãs.